Por meio do Projeto de Economia Solidária e Sustentabilidade (Proes), a Cáritas Diocesana de Colatina está ajudando três haitianas a alavancarem seu negócio. A mãe Attilia Iliodain e suas duas filhas, Marie e Lovely, estão em Colatina há pouco mais de um ano e passavam dificuldades para manter o sustento.
A Cáritas tomou conhecimento da história dessas mulheres em uma reunião de planejamento da economia solidária, em setembro, e resolveu apoiá-las. Na ocasião, as haitianas tiravam o sustento através de um bazar. Porém, o custo com o aluguel do espaço onde comercializavam as roupas e da casa onde moram deixavam a vida muito mais difícil.
Com a assessoria da Cáritas, elas foram beneficiadas pelo projeto e transformaram o bazar no empreendimento social “Brechó da Lovelly”. Além de roupas, as haitianas passaram a comercializar artesanatos confeccionados por elas mesmas, a oferecer serviços de penteados afros e a participar da “Nossa Feira”, evento da Cáritas com o objetivo de expor os produtos da economia solidária.
O “Brechó da Lovelly” funciona agora no bairro Bela Vista, em um espaço cedido pela Cáritas e sem custo para elas. Além de movimentar o negócio, as empreendedoras participam das rodas de reflexão sobre economia solidaria, gestão de negócios e outros temas ligados a empreendimentos solidários e empoderamento feminino.
Além do Brechó da Lovelly, a Cáritas assessora, atualmente, dois outros empreendimentos solidários: o Sabor da Catita e o Sabão Ecológico.
Nossa Feira
Todas as quartas-feiras, a Cáritas Diocesana promove a “Nossa Feira”, na praça da Catedral de Colatina. O objetivo é levar até a comunidade os produtos da economia solidária, ajudando em sua comercialização, no aumento da renda e ainda na sensibilização e valorização da política pública voltada para a economia solidária.
Um pouco mais da história das haitianas
Attilia, Marie e Lovely vieram para o Brasil em 2016. No Haiti, Attilia mantinha a família por meio do comércio de bazar, atividade muito comum e valorizada no país. A filha Lovely trabalhava em uma organização da ONU que atendia adolescentes e mulheres após o terremoto de 2010. Apesar de terem condições de se manter, Lovely conta que o custo de vida é muito alto, sem contar a insegurança e a falta perspectivas de um futuro melhor.
Elas chegaram a Manaus em 16 de fevereiro de 2016 e depois seguiram para São Paulo, onde tinham alguns amigos. Após sete meses de desemprego, Lovely procurou a Igreja Católica e foi selecionada por uma empresa para trabalhar em Colatina. Assim, toda a família se mudou. Porém, após um ano de trabalho, Lovely foi dispensada. Desde então, a família tentava se manter através da venda de produtos de bazar, até que elas foram assessoradas pela Cáritas e hoje possuem uma vida mais digna.